sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A VEZ DO TABLET EDUCACIONAL

A promessa era estimulante: “Um notebook por aluno ao custo de US$ 100”. A ideia, recebida num primeiro momento com entusiasmo pelo governo brasileiro, foi sugerida em 2005 por Nicholas Negroponte, um dos principias incentivadores do uso da tecnologia na educação.
No entanto, apesar do caráter revolucionário da proposta, ela não foi promissora. Fabricantes não conseguiram oferecer equipamentos com esse custo e o projeto simplesmente não decolou no país. Porém, com o recente sucesso dos tablets, o sonho de introduzir interatividade digital em massa na vida dos alunos parece ter ganhado um novo fôlego.
Em agosto deste ano, o governo convocou uma audiência pública para ouvir especialistas do mercado sobre os prós e os contras do uso desse tipo de dispositivo por professores e alunos. E o primeiro ponto positivo está, justamente, onde o notebook deixou a desejar. Se com os computadores portáteis o preço foi tido como um dos principais entraves para a adoção em escolas, as pranchetas digitais contam com o benefício da Medida Provisória 534/2011, que prevê isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para dispositivos fabricados no Brasil.
“O processo educacional mudou e hoje aquela velha fórmula centrada apenas no professor está defasada. Os tablets permitem que os alunos possam participar ainda mais do processo educativo, seja de maneira colaborativa, trabalhando em equipes, ou tendo acesso e interagindo com novos conteúdos”, disse o presidente da Intel Brasil, Fernando Martins.
 Para estimular a produção desses equipamentos no país, a principal fabricante de chips do mundo apresentou ao mercado o primeiro tablet desenvolvido especificamente para ser usado em sala de aula. Na verdade, trata-se de um protótipo que visa mostrar todas as possibilidades que esse tipo de dispositivo oferece para alunos e professores. “Nossa intenção é estimular os fabricantes, sejam eles nacionais ou multinacionais, a desenvolver modelos para esse tipo de uso”, explicou Martins.
Recursos - O produto faz parte da linha Intel Learning Series — que já conta com notebooks Classmate — e foi confeccionado para suportar impactos e quedas, além de resistir ao contato com a água. Equipado com um processador Atom 1GHz, ele pesa 550 gramas e vem com uma tela touchscreen de sete polegadas (1024 x 600px). Além disso, conta com câmeras frontal e traseira e recursos como 3G, wi-fi, Bluetooth e portas USB e SD. De acordo com o gerente de educação da Intel, Fábio Tagnin, a companhia já negocia com empresas locais a produção do aparelho no Brasil. “Ainda não podemos citar quem são os envolvidos, mas acreditamos que o tablet esteja disponível até o fim do ano, e um outro modelo, de 10 polegadas, deve chegar em 2012”, afirmou.O governo federal vem investindo na aquisição de conteúdos digitais pedagógicos e se prepara, agora, para adquirir equipamentos para serem distribuídos em escolas públicas. “Neste ano, o Ministério da Educação deve publicar o edital para a aquisição de tablets produzidos localmente, desonerado de impostos e com aval do Ministério da Fazenda. A ordem de grandeza do MEC é de centenas de milhares”, afirmou recentemente o ministro da pasta, Fernando Haddad, sem precisar a quantidade exata de produtos que serão adquiridos para as escolas.
Tablets made in Brazil - Sancionada no último mês, a medida, conhecida como MP dos Tablets, prevê reduzir a zero as alíquotas de PIS/Pasep e Cofins incidentes sobre tablets produzidos localmente. Com a isenção, o mercado estima que os preços desses equipamentos tenham uma redução de até 30% para o consumidor final. Segundo o Ministério da Ciência e Tecnologia, 25 empresas já solicitaram ao governo a concessão do processo produtivo básico.


 FONTE: http://www.abrelivros.org.br/abrelivros/01/index.php?option=com_content&view=article&id=4655:a-vez-do-tablet-educacional&catid=1:noticias&Itemid=2

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